Nunca venda um carro novo recém-comprado

"Prezado Gustavo,

Li seu blog a respeito de dicas de automóveis e achei bem interessante.

Bom, sou professor universitário e estou interessado em comprar um automóvel mais confortável na hora de viajar. Possuo um VW Gol 1.6 (2009 - modelo novo; sem direção e sem ar-condicionado) e uma Parati (1999) parada que pretendo trocar com o Gol por um automóvel mais confortável.

Em relação ao Gol, gosto muito do carro. Na estrada ele é excelente para ultrapassar, mas não é nada confortável depois de certo tempo no veículo, ainda mais sem os opcionais.

Minha dúvida é a seguinte: pretendia comprar um Chevrolet Astra, mas li seu blog e percebi que não é uma boa opção no momento, devido a outros modelos que estão entrando no mercado. No VW Golf, o seguro é fora do padrão; no Gol Power estou pensando, no entando acredito que o conforto interno não deva mudar nada em relação ao meu veículo, mas o ar-condicionado ajudaria muito.

Pretendo fazer essa troca antes do aumento do IPI. Portanto, na faixa de preço entre R$ 40 mil a R$ 45 mil, você teria alguma sugestão?

Utilizo o meu carro em estradas (500km/semana), não carrego mais nenhuma pessoa no veículo e o seguro e manutenção são quesitos fortes na hora da compra de um automóvel; pretendo ficar com esse próximo veículo por um periodo maior de tempo.

Agradeço a atenção
Walter Cavalcante"


Walter, seu caso é muito interessante por uma questão: você tem um carro novo em folha e pretende trocá-lo por outro porque o seu veículo atual não atende a suas expectativas. Note que são expectativas que você poderia ter antecipado, ou seja, que você reclama da falta de direção hidráulica e de ar-condicionado, itens com os quais você já poderia ter comprado o veículo.

Minha recomendação, no seu caso, seria não vender o carro novo. Como eu sempre falo aqui no MotorDicas, a compra de um veículo novo só compensa se você for ficar com ele por mais de dois anos, pelo menos. O ideal são três anos. Isso porque, só de sair da concessionária, o carro já perde algo em torno de 20% do valor. Esse índice pode ser ainda mais alto por um motivo simples: podendo comprar um carro novo financiado a taxas baixas e com desconto e o seu veículo, já usado e à vista, qual você acha que o comprador preferirá?

Assim, o que você poderia fazer seria manter o Gol para andar na cidade, ou como um carro para alguém que use pouco, e usar a Parati como entrada em algum outro veículo. E vai ser uma negociação complicada, uma vez que a Parati anda com seguro pela hora da morte e deve ter revenda difícil.

Se você optar mesmo por trocar os dois carros em um novo, prepare-se para perder um bocado de dinheiro na negociação. E para, numa futura compra, fazer um planejamento maior, que evite a venda do carro seminovo.

Na faixa de valor que você quer comprar, dos R$ 40 mil aos R$ 45 mil, as opções são muitas. Compactos premium, entre os quais há agora o Chevrolet Agile, hatches médios, sedãs, minivans... Leia as consultas que já existem sobre eles. Um dos modelos mais confortáveis que eu conheço é o Nissan Tiida, que tem bancos dianteiros bem largos. Se você não tem pretensão de vender o carro rápido como fará com seu Gol, o Astra pode ser uma opção interessante, também. Espero que isso o ajude, Walter.

Para todos aqueles interessados em uma consulta parecida com esta, gostaria de pedir que, antes de mandarem seus e-mails para ghruffo@motordicas.com.br, vocês não se esqueçam, primeiro, de buscar no site se não há consultas já respondidas que atendam a suas dúvidas.

Se não houver, não se esqueçam de me passar que tipo de uso fazem do carro, o que mais valorizam no veículo, quanto tempo pretendem ficar com ele, quantas pessoas vão transportar, em que tipo de terreno rodam (cidade, estrada, estrada de terra), se manutenção, desvalorização, seguro e consumo são fatores importantes, se querem um novo ou um usado e quanto pretendem gastar na compra.

Pode não parecer, mas perfeição não é absoluta. Para cada caso existe um modelo mais indicado. Também peço a paciência de vocês, já que o número de consultas cresceu muito e está difícil atender todo mundo.

Mais uma coisa, moçada: mandar sua pergunta como comentário não vai ajudar. Os comentários servem para vocês trocarem ideias entre si. Se a pergunta for uma consulta, siga as vias estabelecidas, ou seja, e-mail.

Um abraço a todos,

Gustavo