O Chevrolet Volt, modelo elétrico de autonomia extendida, ainda não chegou ao mercado norte-americano, mas é, de longe, a aposta mais forte da GM para os próximos anos. Tanto que seu braço europeu, a Opel, já prepara sua versão, o Ampera, que tem vendas confirmadas. Mais do que isso, a empresa mostrará em Genebra o carro-conceito Flextreme GT/E, um carrão de 4,76 m que pode chegar aos 200 km/h de velocidade máxima, dois números bem superiores aos do Volt.
Uma das explicações para o Flextreme andar mais do que o Volt é seu baixíssimo coeficiente de penetração aerodinâmica. O cx é de 0,22. Não chega a ser extraordinário, já que o Mercedes-Benz Classe E Coupé tem cx de 0,24 e produção em série, mas, se o Flextreme chegasse à produção com a mesma aerodinâmica, seria o carro mais eficiente do mundo neste quesito.
A ideia, segundo a Opel, é mostrar que o sistema Voltec pode ter aplicações não só em um modelo médio, como o Volt ou o Ampera, mas também nos maiores, como o Flextreme GT/E. Os 4,76 m de comprimento são seguidos de uma largura de 1,87 m e de uma altura de apenas 1,31 m, o que o torna quase um esportivo, não fosse o entre-eixos de 2,90 m, necessário também por conta da pouca altura.
Podemos discutir se o carro será fabricado em série ou não, mas a resposta é quase definitivamente um "sim". Isso porque a Opel se esmerou na ficha técnica. O trem de força é exatamente o mesmo do Volt, ou seja, um motor elétrico de 150 cv e 370 Nm de torque desde 0, algo que permitiria supor um tremendo desempenho, mas que quem já dirigiu o carro diz que não se reflete em sensação de arrancada. A razão mais certa para isso é a preservação da carga das baterias. Seja como for, o carro acelera de 0 a 100 km/h em 9 s. A autonomia, só com a carga das baterias, é de 60 km, e a recarga total, em tomadas de 220V, leva menos de três horas.
Quando a força das baterias acaba, entra em ação um motor a combustão de 1,4 litro que não ajuda a tracionar o carro, apenas a fornecer energia elétrica ao veículo. Segundo a Opel, com o propulsor a combustão alimentando o elétrico, a autonomia chega a mais de 500 km, com emissões de menos de 40 g/km de CO2.
Há detalhes que tornam o Flextreme GT/E ainda mais interessante, como as rodas de aro 21", com pneus 195/45 R21, e aletas de 35 cm que se estendem atrás dos extratores de ar que ficam depois dos arcos das rodas traseiras e direcionam o ar de modo a criar menos turbulência. E menos consumo de combustível.
Segundo a Opel, essa é a indicação de que haverá muito mais modelos elétricos à disposição dos consumidores. Nos EUA e na Europa. Por aqui, continuaremos a queimar gasolina e álcool durante muito mais tempo. Afinal, a desculpa, dessa vez, será que carros elétricos são muito caros para os brasileiros... É sempre a mesma.
Fonte: Opel