No Brasil, preço segue uma mecânica simples: as coisas custam o que as pessoas estiverem dispostas a pagar. Não têm uma relação direta com custo ou com uma margem de lucro aceitável. Quanto mais, melhor. É o que provam os recentes aumentos de preço da Peugeot e da Fiat.
O primeiro caso chega a ser escandaloso. Lembra do branco sólido, aquela cor que ninguém queria porque era simples e usada por táxis, em algumas cidades? Agora ela está na moda. Serve qualquer branco, desde o perolizado ao mais pereba. E é pelo mais pereba que a Peugeot, agora, cobra R$ 500.
Quando li isso pela primeira vez, custei a acreditar. Qual seria a justificativa para o aumento? Pigmentos especiais? Um verniz fofinho? Fala sério... É a prova de que a moda pode ser a coisa mais idiota do mundo, para não falar de quem se sujeita a um negócio desses. O preço da tinta branca simples continua o mesmo. O que mudou foi a quantidade de gente querendo comprar. E disposta a pagar esse plus.
A Fiat, por sua vez, viu que o 500 e o Freemont, ambos vindos do México, estavam vendendo bem. Se estão, e estão com fila de espera, por que não aumentar o preço? Que tal 12%? Foi o que o 500 aumentou: pulou de R$ 40.590 para R$ 45.460 para a versão Cult.
O aumento do Freemont foi proporcionalmente menor: de R$ 82.470 para R$ 87.800, ou 6,5%. Isso porque o Freemont já era caro comparado ao Dodge Journey...
Diz a Fiat que os aumentos dos mexicanos se devem a uma estimativa de vendas mais baixa, com a imposição das cotas de importação. Então, se vende menos, o preço aumenta, é isso? Então por que o Bravo e o Linea, que não vendem nem perto do que a Fiat esperava, estão com descontos de tabela e mais ainda na revenda? Porque a explicação é exatamente ao contrário. Se vende pouco, tem desconto. Chato é que, agora, se vende muito, o preço aumenta. Entendeu por que os carros no Brasil são os mais caros do mundo?
Fonte: Notícias Automotivas e Autos Segredos