GM coloca o Volt no site da Chevrolet no Brasil

Notinha rápida, de mera observação, mas de bastante reflexão: a GM resolveu colocar o Chevrolet Volt no site da Chevrolet brasileira. Ali, sob o menu "Veículos", o primeiro da barra de visitação e o mesmo usado para toda a linha atualmente à venda da marca, há seis opções: todos os modelos, carros, minivans, SUVs, pickups (sic) e, por fim, elétricos (sic). Dentre as opções de elétricos, o Volt.


Faltam ao Volt as opções "Monte o seu" e "Visualização em 3D". Obviamente, porque o Volt não está à venda no Brasil, ao contrário de "todos os modelos", entre os quais ele não figura. Ele mal chega a todos os Estados dos EUA. Talvez comece a ser vendido na Europa, onde terá uma versão Opel, o Ampera. No site brasileiro, ele aparece apenas como "Conheça a versão".


Se a GM não pretende vender o carro no Brasil, sempre, como todos os outros fabricantes, sob o argumento de que ele é "caro demais" para o mercado brasileiro, por que mostrá-lo? Vale refletir sobre algumas possíveis razões.

Se for para a marca se apresentar como ecologicamente correta, sintonizada com o que o mundo anda pedindo, por que não vender o carro aqui no país, em vez de apenas apresentá-lo? É possível que ele tenha uma demanda semelhante à do Camaro. Muito acima do que a GM previa.

Se for para exibir os produtos mais sofisticados da marca no exterior, por que excluir o Spark e o Cruze, vendidos até no México? Haveria mais sentido em mostrar estes modelos, já que o Spark seria o Projeto Ônix, que chega no ano que vem (o Opel Agila também é cotado para isso), e o Cruze vem este ano. Talvez para não mostrar a disparidade de preço.

O Cruze, em sua versão mais barata, no "Paquete M", já bastante completo, custa o equivalente a R$ 30.072,49, no México. No Brasil, seu preço deve começar no dobro disso. A picape Montana, vendida aqui, também é exportada ao México. Por lá, com motor 1.8 e direção hidráulica, ela custa o equivalente a R$ 22.129,50. Aqui, a versão LT, 1.4 e equipada com volante, motor e faróis, custa R$ 31.724.

Se formos falar em modelos realmente sofisticados da GM, talvez tivéssemos de citar, além do Volt, o Opel Insignia, substituto do Vectra na Europa. Por lá, a versão mais simples do carro, com motor Ecotec de 140 cv, equivalente ao 2.0 FlexPower do Vectra, custa 25.630 euros, ou R$ 59.748,66. O Vectra Expression sai mais em conta (R$ 58.725), mas usa a plataforma da primeira geração da Zafira. A mesma do Astra. Hatch que, aliás, continua em linha na Europa, em sua quarta geração, chamada de J. E que custa 18.490 euros com motor Ecotec 1.6 de 117 cv. Por aqui, isso daria R$ 43.103,89. Menos do que é preciso pagar por nosso Astra de segunda geração, a R$ 48.022.

A Nissan tem em sua linha o Leaf, primeiro elétrico moderno a ser vendido nos EUA (o Mitsubishi iMiEV será vendido por lá em versão maior, ao gosto americano). Nem por isso ela o exibe em seu site brasileiro, ainda menos no mesmo menu dos modelos que ela oferece ao mercado. A Mitsubishi, com o iMiEV, a Peugeot, com o iOn, e a Citroën, com o C0, seguem a mesma estratégia da japonesa.

Cada empresa pode seguir a estratégia que lhe é mais conveniente, mas melhor do que mostrar um carro que não será vendido aqui como se fosse um modelo à disposição na concessionária é pensar na possibilidade de fazê-lo. Ou de oferecer o mesmo que se oferece no exterior aos consumidores brasileiros. Pelo mesmo preço.

Fonte: Chevrolet