Porsche apresentará versão GT3 do 911 atual em Genebra

Perto do final de cada uma de suas gerações, o Porsche 911, o esportivo mais tradicional do mundo, acaba mostrando suas versões mais agressivas. A geração atual, chamada de 997, deve ser substituída em 2011 pela 998, que já anda circulando por aí em testes. E a versão GT3, o modelo com aspiração natural mais forte da linha, será revelado só agora, em 2009. Mais precisamente no Salão de Genebra, em março.



O supercarro agora tem à disposição 435 cv, cerca de 20 cv a mais do que o modelo anterior do GT3. A explicação reside principalmente em dois fatores: o tradicional motor de seis cilindros boxer de 3,6 litros foi ampliado para 3,8 litros e o comando variável de válvulas VarioCam agora administra também as válvulas de escape, não apenas as de admissão. A velocidade máxima, com isso, chega a 312 km/h, com um 0 a 100 km/h em 4,1 s.

Como costuma acontecer com um veículo realmente forte, diversos itens foram aperfeiçoados no novo GT3. A suspensão inteligente PASM, por exemplo, está mais firme, mas também mais gentil. Um botão permite levantar a frente do carro em até 3 cm para poder entrar e sair de garagens íngremes. Os freios, maiores e mais leves, com a opção de discos de cerâmica para frenagens em condições rigorosas, como numa competição.

Para quem quer dirigir realmente forte, os sistemas de controle de tração e de estabilidade podem ser desligados completamente. Não há nem sequer a opção de reativação automática em caso de risco. É um respeito aos motoristas que querem sentir seus carros completamente, sem babás eletrônicas.

A cereja do bolo, de todo modo, é o sistema de coxins do motor. Traseiro, ele inspira um bocado de respeito em quem conhece carro no mundo. Para domar um Porsche 911, é preciso saber lidar com o peso de seu propulsor nas curvas. Para ajudar na tarefa, os coxins identificam quando o motorista está andando rápido e se enrijecem de modo a impedir que o motor se mova dentro do cofre.

Até a aerodinâmica sofreu melhorias. A sustentação negativa do novo GT3 é duas vezes superior à do modelo anterior. Em suma, ele gruda no chão.

Na Europa, o GT3 deve começar a ser vendido em maio por 98,1 mil euros, ou cerca de R$ 300 mil. Nos EUA, o preço de venda foi definido em US$ 112,2 mil, pouco menos de R$ 260 mil. No vizinho do norte o carro chega em outubro, mesmo prazo em que ele vir para o Brasil.








Fonte: Porsche

Nova Zelândia entra na corrida de supercarros com o Hulme Spyder

A Nova Zelândia não é apenas um país lindo cheio de gente bacana. Ele é também a casa de um novo supercarro, construído por uma empresa batizada em homenagem ao único campeão de Fórmula 1 a sair daquele país, Denis Hulme. E o carro é tão extraordinário quanto o piloto, a começar por sua aparência. Conheça o Hulme Spyder.



O novo veículo é um cupê para duas pessoas com 4,61 m de comprimento, 1,96 m de largura e 1,10 m de altura, com um entreeixos de 2,83 m. Segundo Jock Freemantle, presidente da Hulme, ele deve ser equipado com o motor LS9, do Chevrolet Corvette ZR1, com mais de 600 cv. A primeira versão do carro, porém, será a CanAm, já apresentada ao público, que conta com um motor BMW de 550 cv. É o mesmo propulsor que já esteve sob o capô da geração anterior do BMW M5. Todas as versões terão motor traseiro-central com tração traseira. Com este conjunto, o carro pesa 1.175 kg, o que garantiria uma performance de encantar, mas a Hulme não divulgou informações sobre o desempenho do carro até agora.

A intenção da empresa é produzir até 25 carros por ano. Serão fabricadas três versões do veículo: a CanAm, sem párabrisa, a Spyder e a F1. Segundo Freemantle, o mix de produção será determinado pela demanda pelo carro. "Talvez algum dia tenhamos um Hulme no Brasil", disse ele ao MotorDicas. Cada unidade custará 310 mil libras esterlinas, ou coisa de R$ 1,013 milhão. Sem impostos.

Texto alterado em 03-02-09













Fonte: Hulme Supercars via Motor Authority

Bentley mostrará em Genebra seu carro mais poderoso. E limpo.

Não há muito que se peça de um Bentley que ele não possa oferecer. Preço baixo é uma destas coisas, mas a outra estava ficando difícil de não atender: baixas emissões de gás carbônico. A companhia britânica conseguiu chegar lá de um modo que vai agradar à maioria de seus fãs: criando o carro mais poderoso a usar um emblema da Bentley.



O Extreme Bentley, que é como a empresa vem chamando o monstro até agora (ele tem até um site próprio, o www.extremebentley.com, que tem um vídeo imperdível), não será movido apenas a álcool, como alguns textos na internet dão a entender. Ele será, isso sim, o primeiro Bentley flex da história, podendo usar gasolina ou E85 em qualquer proporção. O E85, para quem não sabe, é uma mistura de etanol a 85% e gasolina a 15%, o que elimina a necessidade do tanquinho de partida a frio.

Baseado no Bentley Continental GT, um dos Bentley mais bonitos da história, o sistema flex não é a única herança brasileira que o Extreme carregará. Afinal, quem controla a marca é a Volkswagen, companhia que certamente empregou nele o conhecimento que já detinha em carros flex. E esse conhecimento, como se sabe, vem do Brasil, onde a Volkswagen foi também a pioneira no lançamento de um veículo flex, com o Gol, em 2003. O outro tempero brasileiro vem do desenho do carro, criado pelo brasileiro Raul Pires.

Agora, só falta sabermos o quanto esse Bentley é realmente extremo, uma expectativa que só vamos conseguir matar em março, com o começo do Salão de Genebra.




Fonte: Bentley

Opel mostrará em Genebra sua versão do Volt, o Ampera

Como era esperado, o Chevrolet Volt não seria um marco apenas para a Chevrolet. A tecnologia Voltec, que impulsiona este carro elétrico de autonomia estendida, também será colocado em outros produtos da GM. O primeiro derivado do Volt a ser apresentado foi o Cadillac Converj, mas este belíssimo cupê ainda não teve sua produção em série confirmada. A Opel, por outro lado, planeja vender sua versão do Volt na Europa sem mais delongas. E ela será chamada de Ampera no Velho Continente, como poderemos ver no Salão de Genebra deste ano. Por ora, só podemos ver a silhueta do novo veículo, que está logo abaixo.



Aparentemente, o Ampera apresenta as mesmas linhas do Volt. É por isso que o carro também traz as mesmas especificações técnicas. Assim como o Chevrolet, ele pode rodar 60 km só com a carga de suas baterias de íons de lítio e um bocado mais com a ajuda de um motorzinho a combustão que faz as vezes de gerador dentro do carro.

A Opel afirma que mais informações sobre o carro só estarão disponíveis em março, quando o salão suíço abrirá seus portões, mas, considerando que este carro será como o Volt, tudo que queremos saber é quando ele começa a ser vendido. E por quanto.

Fonte: Opel

Maxi-Eco representará o Brasil no Progressive Automotive X Prize

O Progressive Automotive X Prize pretende ajudar o automóvel a seguir sua natural evolução: tornar-se uma máquina mais racional, energeticamente mais eficiente e, de preferência, não poluente. O prêmio, de US$ 10 milhões ao vencedor e de uma bolada em dinheiro para promover o carro, vem agitando o mundo da tecnologia automotiva. Em todos os cantos do mundo, inclusive por aqui. A bem da verdade, por aqui apenas uma empresa pretende concorrer no evento. É a Maxi-Eco, que desenvolveu um motor axial capaz de fazer 60 km/l de álcool. É isso mesmo: com cana. E o carro que vem servindo aos testes é esse aí embaixo, exclusividade do MotorDicas.



Essa réplica do Lotus Seven, ícone dos automóveis leves, eficientes e divertidos, tem sob seu capô o tal motor axial. O princípio de funcionamento deste propulsor é semelhante ao do motor Wankel, que é supereficiente em razão do uso de muito menos peças do que um motor convencional. Por uma questão de patente (pendente), o motor ainda não pode ser mostrado ao público. “Nosso projeto tem algumas características similares em relação ao modo de trabalho do motor Wankel, no que se trata no aproveitamento de energia, mas não em relação às caraterísticas físicas ou no modo de compreensão do combustível. O projeto em si ainda está sob sigilo de patente. Adianto que ele trabalha da mesma forma que todos os outros motores baseados em ciclo Otto”, disse ao MotorDicas André Martinho Salgado, CIO de Novos Negócios da Maxi-Eco.

Salgado está confiante na invenção da empresa. “Uma das principais características do concurso é que os carros deverão atingir a meta de 100 milhas por galão, aproximadamente 42 km/l, e iremos trabalhar na primeira etapa para alcançar esta meta. Estamos trabalhando com protótipos, mas acreditamos e provamos matematicamente que nosso motor poderá alcançar a casa do 60 km/l utilizando nosso álcool como combustível.” Tanto que o veículo, que seria híbrido, dispensou o motor elétrico. “Cancelamos o projeto do motor secundário a eletricidade em dezembro. Vamos apenas com o motor a combustão, pois o mesmo se mostrou muito mais eficiente e sem necessidades de baterias, que são ecologicamente incorretas”, disse Salgado.

A Maxi-Eco deve participar de todas as categorias, inclusive de uma nova, criada neste final de semana. “Na principal, temos de levar um carro com capacidade para cinco pessoas, com itens de conforto como ar-condicionado, ABS, som etc. Existe uma lista com mais de 60 itens obrigatórios. A alternativa é mais tranquila no que se diz respeito a pré-requisitos, podendo ser um veículo com no mínimo três rodas, dois lugares, não necessariamente ter itens de conforto etc. Estamos inscritos nas duas categorias. À primeira levaremos um carro de linha. Temos algumas opções a escolher, vamos analisar conforme alguns estudos de mercado os que mais tem afinidade com o público nos EUA e, claro, viabilidade de patrocínio. Já na alternativa temos um protótipo com dois lugares produzido no Brasil com tudo que é de melhor na parte mecânica. A ‘bolha’ que o envolve ainda está sendo desenvolvida e deverá ser testada em túneis de vento, resistência etc.”

O plano é que o novo motor use tanto gasolina quanto álcool. Como a prova será nos EUA, o projeto terá uma especificidade. “Para a competição, vamos ajustá-lo para trabalhar com o E85 (álcool na proporção de 85%), mas existe a possibilidade de ele funcionar como os motores atuais, como um moto flex (gasolina e etanol simultaneamente)”, disse Salgado.





Fonte: Maxi-Eco

"Quero um carro potente e que não passe dos R$ 55 mil."

"Olá, Gustavo, tudo bem? Espero que sim.

Venho por meio desta pedir a você uma dica. Desejo comprar um carro que seja potente mas que não passe da barreira dos R$ 55 mil. Estava pensando, com base em algumas pesquisas que fiz, em adquirir um Polo Sedan 2.0 Comfortline 2009 da Volkswagen, devido aos elogios de alguns proprietários a este carro. Também achei um outro carro bastante interessant: me refiro ao Chevrolet Vectra 2.0 8V SOHC FLEXPOWER. Outro que gostaria de acrescentar a essa lista é o Peugeot 207 Passion XS - 5 portas - 2008/2009.

Bem aí esta a minha lista. Gostaria que fossem levados em consideração os custos com o veículo, o consumo e a desvalorização pelo tempo. Desde já agradeço pelo tempo dispensado.

Vinícius de Carvalho, Brasília, DF"


Como vai, Vinícius? Comigo, tudo certo.

Vamos a sua questão: você quer um veículo potente, mas que não passe dos R$ 55 mil. Por potente eu entendo que você queira um carro com motor acima de 1,6-litro, que é o tamanho do menor modelo que você cita, o Peugeot 207 Passion XS. E também que o veículo seja novo. Imagino que esses sejam os modelos que você tenha escolhido por gosto, já que são modelos de propostas muito diferentes. Entretanto, eu não recomendaria nenhum deles. Aliás, eu não recomendaria um carro novo a você a não ser que você vá ficar com ele pelo menos mais de dois anos.

O VW Polo Sedan, ainda que seja, mesmo, um excelente automóvel, deve mudar este ano na Europa, o que indica que ele também deve mudar logo no Brasil, no mais tardar em 2010.

O Chevrolet Vectra, mesmo na versão 2-litros, é beberrão e tem projeto antiquado, por mais que tenha um comportamento dinâmico bastante bom. O Peugeot 207 Passion, o 206,5, é um outro exemplo de projeto antiquado, ainda que tenha sido apresentado no Brasil recentemente. Além disso, ele é o menor dos modelos que você cita, com o menor motor, o menor espaço interno e o menor porta-malas. Fiquemos com os sedãs maiores.



Dentre os sedãs médios do mercado, o que oferece o melhor compromisso entre custo e benefício é o Ford Focus GLX, que sai por R$ 55.875. Passa um pouco do que você quer gastar, mas é um belíssimo carro. Anda bem, tem bom porta-malas e é a opção mais atual do mercado. O problema dele é que, em breve, ele deve oferecer a versão flexível em combustível, o que tende a desvalorizar o modelo apenas a gasolina nos lugares onde o álcool é mais popular. Imagino que em Brasília o preço do álcool não compense tanto assim. Nessa faixa de preço, considerando o que você quer de um carro, é a melhor escolha.

Outra opção a considerar é o Renault Mégane Expression, que começa nos R$ 51,29 mil. Bom carro, completo e com um bom motor, flex. O problema é que ele vai sair de linha na Europa e também deve ganhar uma nova versão no Brasil em 2011 ou final de 2010. O Mégane também não é tão popular no mercado.



Se você considerasse um modelo usado, eu lhe recomendaria o Honda Civic. Procure um nas lojas de seminovos de locadoras. Ele é excelente de mecânica, é o sedã médio mais vendido do Brasil e tem um motor bastante animado. Só não é muito econômico, pelo que dizem, mas atende bem aos seus requisitos.

Se nenhum destes modelos atendê-lo bem, e você preferir os veículos que cita, fique com o VW Polo Sedan, que é realmente o melhor dos três que você cita. Só tome cuidado com o seguro, que parece ser alto. Só não vá ficar com ele pouco tempo, que isso é perder dinheiro. Vender um carro seminovo é sempre prejuízo porque fica mais barato comprar um novo e financiar com taxas mais baixas do que pagar o que o seminovo valeria.

No mais, Vinícius, espero que as dicas o ajudem a fazer uma boa compra.

Um abraço,

Gustavo

Citroën C4 Picasso chega ao Brasil por R$ 80,7 mil

Na semana passada, mostramos as primeiras imagens da Citroën C4 Picasso em território nacional graças ao leitor João Gustavo Mancuso. Só faltava o preço, revelado hoje pela marca francesa: R$ 80,7 mil. Nem mais nem menos, até porque deve ser trazida uma versão única do novo monovolume médio, que tem cinco lugares. É menos do que os R$ 82 mil estimados nas revendas, mas o valor que conseguimos pode ser um indicativo de ágio.



Com 4,47 m de comprimento, 1,83 m de largura (sem contar os espelhos; com eles, ela chega a 2,10 m), 1,68 m de altura e 2,74 m de entreeixos. Para justificar o preço alto da nova minivan, a Citroën a recheou de itens de série, como airbags inclusive para o joelho do motorista (sete, ao todo), hill holder (que segura o carro em saídas em lugares inclinados), cintos com pré-tensionador para motorista e passageiro e aviso de uso em todos os cinco assentos, freios ABS, ar-condicionado de duas zonas, rodas de liga-leve de aro 16", computador de bordo, toca-CD com MP3 e o fantástico pára-brisa VisionSpace, que permite uma visibilidade sem paralelo no mercado. Para encontrar um carro igual, só comprando a Grand C4 Picasso, versão de sete lugares do monovolume. Como opcionais, só o teto de vidro e o ar-condicionado de quatro zonas.

Apesar de mais moderna, a C4 Picasso tem porta-malas menor que a da Xsara e é ainda menor do que o do modelo europeu, provavelmente devido à necessidade de estepe. São 490 l de porta-malas, contra 550 l da antecessora. O motor para o Brasil será o mesmo 2-litros de 143 cv a 6.000 rpm, equipado com câmbio automático de quatro marchas. Na Europa, este motor usa transmissão manual automatizada, mais econômica e barata que o bom câmbio automático da Citroën, mas esse modelo só deverá ser oferecido por aqui com a produção na Argentina. O C4 Picasso, por enquanto, virá da fábrica da Citroën em Vigo, na Espanha.











Source: Citroën

Mitsubishi levará a Genebra seu esportivo elétrico, o i MiEV Sport Air

Carros elétricos são considerados por fãs de carrões como chato de dirigir. Não têm ronco de motor, não têm performance... É por isso que a maioria das empresas que apostam na eletricidade estão apresentando versões esportivas de seus carros e a Mitsubishi não é exceção. É por isso que a fabricante japonesa levará a Genebra o i MiEV Sport Air to Geneva em março.



De acordo com a Mitsubishi, o carro terá um motor elétrico poderoso e um centro de gravidade baixo devido à instalação no assoalho da carroceria. É tudo que a Mitsubishi ousa dizer sobre o carro, além de exaltar o fato de ele não ser um veículo emissor de gases poluentes. Esperemos para vê-lo no Salão de Genebra deste ano.





Fonte: Mitsubishi

"Quero um bom carro na faixa dos R$ 20 mil"

"Olá, pessoal do MotorDicas, tudo bem?

Estou com um pequena dúvida, referente à compra de um carro usado.

Meu amigo tem um Chevrolet Corsa Sedan GL 1.6 MPFI 4 portas e está pedindo R$ 14 mil pelo carro. O carro está em perfeitas condições de uso. Vale a pena comprar esse carro?

Quais carros vocês me indicariam a comprar até R$ 20 mil?

Grato,

Wagner Santtos"




Como você está, Wagner? Aqui, tudo em riba. Obrigado por prestigiar o MotorDicas.

Você se esqueceu de mencionar o ano do carro. Se ele estiver mais para 1999, está uma pechincha. Se estiver mais para 1996, pode ser que esteja caro. Tudo também depende do nível de equipamentos que ele tem. Se tiver ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros elétricos, ele pode ser uma excelente opção mesmo se for 1996.

Outra coisa que você deve observar é se os amortecedores e freios estão em bom estado. Se for preciso trocá-los, esse é um valor que você tem de colocar na balança, ao lado do preço, porque será esse o preço real do carro que você comprar. Tanto o que você pagou nele quanto o que vai ter de pagar para deixá-lo em ordem.

O Corsa Sedan GL com motor 1,6-litro tem um bom mercado, até pelo fato de o Classic ainda garantir a fabricação de peças de carroceria para ele. O que não é tão bom é o fato de o motor 1,6-litro não existir mais. Por menos que ele dê trabalho, e não dá, fora a bomba de gasolina, que costuma queimar um bocado, é um motor fora de linha. Em todo o caso, se o carro estiver muito bom, for pouco rodado e de origem conhecida, pode ser uma boa compra. Atente para o fato de que mesmo os mais novos (1999) já têm dez anos de mercado, ou seja, por melhor que estejam, sempre terão um negócio ou outro para arrumar.

No que se refere à sua pergunta sobre o melhor carro na faixa dos R$ 20 mil, tudo depende do que você quer. Se você quiser um esportivo, há modelos nessa faixa de preço bem antigos, mas nem por isso menos divertidos. Se quer um carro de médio para grande, também há opções, mas antigas. Se precisa de um carro para uso com a família, eu sempre recomendo a compra de um modelo mais novo, especialmente se você pretender ficar com ele por mais de dois anos. Vamos ficar com essa hipótese.

Uma boa pedida é procurar um usado mais novo nas lojas de seminovos de locadoras. Além de os carros estarem em excelente estado, revisados e com garantia, você evita a desvalorização que um modelo novo sofre.

Outra opção seria dar uma entrada de R$ 20 mil e financiar no máximo R$ 10 mil para comprar um carro mais novo. O Renault Logan e o Sandero são modelos médios vendidos a preço de pequeno, por isso sempre os cito. No seu caso, você parece querer um carro com bom porta-malas, daí a opção pelo Corsa Sedan. E tanto o hatch quanto o sedã da Renault suprem esse aspecto. Além deles, há outros modelos novos, mas menores, ainda que mais sofisticados.

Dentro dessa proposta familiar, mas usado, eu recomendaria a você ou um Toyota Corolla ou um Honda Civic nacionais na faixa dos R$ 20 mil. O Civic, em específico, eu recomendaria no modelo 2001 adiante, que me é particularmente mais simpático. Ambos têm uma mecânica reconhecida como muito confiável, são bons de mercado e o seguro não deve ser muito alto. Faça a cotação e procure por um destes veículos se não fechar com o Corsa de seu amigo.

Precisando de mais alguma coisa, avise.

Um abraço,

Gustavo

O medo do novo

"Bom dia! Gostaria de saber em que pé anda o mercado para o Fiat Punto, pois quero comprar um, mas estou com medo pois se trata de um carro novo no mercado. O que vocês acham? E como pode me ajudar nesta dúvida?

Caio Rogério Oliveira de Souza"



Como vai, Caio?

Seu medo é um medo infelizmente comum nos consumidores brasileiros. É ele, em boa medida, que faz com que o Brasil tenha modelos tão desatualizados quanto o Fiat Mille, a VW Kombi e o Chevrolet Classic. É isso, aliás, que mantém o chamado VW Gol G4 com vendas superiores às da nova geração, mesmo que o novo carro seja muito superior e não custe tanto a mais. Por mais que sejam bons carros, que cumpram, ainda hoje, o que se propõem a fazer, eles já saíram de linha há muito tempo em outros países.

Por favor, não se sinta criticado com isso. Chamo a atenção para esse aspecto justamente para que você e nossos outros leitores com o mesmo receio possam pesá-lo e perceber o quanto ele é nocivo, ainda que se justifique.

O comportamento do consumidor tem razões que vão além de sua escolha. Para começar, o carro, no Brasil, custa muito. Pagamos por um Honda Civic o dobro do que um norte-americano paga. Os volumes monstruosos de vendas de carros naquele país justificam apenas parte desse custo todo. Com isso, carros, no Brasil, ainda são mais do que carros. São investimentos, e ninguém quer perder dinheiro.

É aí que entra a preferência por carros mais antigos de mercado. Para começar, um carro, como uma pessoa, só fica velho se faz sucesso. Se vende pouco, ele morre antes de envelhecer. Com isso, as pessoas acabam escolhendo essa opção mais tradicional para ter certeza de conseguir vendê-la mais adiante.

O problema é que o mercado automotivo funciona de outro modo. O ciclo de vida de um produto, normalmente, é de seis anos. Quem escolhe um carro com cinco anos de mercado achando que ele vai ser fácil de vender acaba assistindo à retirada dele do mercado, com a consequente desvalorização que isso acarreta. Em vez de ser uma escolha segura, o veículo com mais tempo de mercado corre o risco de sair de linha de uma hora para outra.

É o que acontece, por exemplo, com um excelente concorrente do Fiat Punto, o VW Polo. Ele é um dos melhores carros do mercado nacional, atualmente, mas vai mudar na Europa agora em março, quando será apresentada a nova geração do carro, chamada de PQ25. Geração esta que virá ao Brasil. Assim, em vez do Punto, você poderia comprar o Polo, mas eu não o recomedaria (novo, pelo menos) justamente pela mudança iminente pela qual ele vai passar.

O fato de o Fiat Punto ser um projeto novo o favorece. Ele é, entre todos os seus concorrentes (Ford Fiesta, Chevrolet Corsa, VW Polo e Citroën C3), o que tem menos probabilidades de mudar no curto prazo.

Também é, no mercado, o terceiro mais vendido entre os compactos premium, mesmo sem uma versão com motor 1-litro. Em 2008, segundo a Fenabrave, ele vendeu 38.576 unidades e ficou em 16º lugar no mercado total de automóveis. Foi vencido por Ford Fiesta (10º - 8.827), que deve sair de linha em breve para dar espaço a sua nova geração, já lançada no exterior, e pelo Chevrolet Corsa (12º - 47.307), que dará lugar ao Projeto Viva, ainda que a Chevrolet o negue.

Com isso em vista, Caio, faça uma cotação de seguro e prefira a versão 1,4-litro do Punto, uma vez que a 1,8-litro deve dar lugar em breve à 1,9-litro, com motor do Linea em vez do motor GM que o equipa atualmente. O fato de o carro ser novo é um aliado seu, não um inimigo.

Um abraço, e boa compra,

Gustavo