Uma das melhores notícias deste Salão do Automóvel certamente é o anúncio oficial da vinda do smart fortwo ao Brasil. Importado de modo independente, ele chegava a custar R$ 150 mil. Trazido pela Mercedes-Benz, ele custaria, com o câmbio atual, entre R$ 55 mil e R$ 60 mil. Caro? Relativamente falando, não.
Na Europa, o fortwo (assim mesmo, com letras minúsculas) tem um valor próximo do de um VW Golf. O fato de ser pequeno, por lá, não é desvantagem: é conveniência e racionalidade. Afinal, para que ter um carro de cinco lugares para levar uma pessoa só ao trabalho? Ciente de que no Brasil se vende carro por metro, ao contrário do que a marca acreditava no lançamento do Classe A, a Mercedes-Benz está bastante cautelosa com a aceitação do conceito. Tanto que o reservou apenas para a maior cidade do país, São Paulo, e em apenas dois pontos de venda, inicialmente. Próprios, ou seja, não divididos com os demais automóveis Mercedes-Benz. Um deles, se é que não os dois, certamente deve ficar a cargo do grupo Itatiaia, dono das concessionárias de mesmo nome.
E por que isso? Primeiro, porque minimiza os riscos de fracasso. Segundo, porque São Paulo é a cidade com o trânsito mais complicado do Brasil e um veículo pequeno faz todo o sentido. Terceiro, porque São Paulo também é a cidade mais rica do país e é conhecida por lançar tendências, além de ter pessoas que não estão preocupadas com o preço, mas com o conceito. Quarto, porque o conceito ecologicamente correto cai como uma luva para esta cidade, a mais afetada pela onda verde que assola o mundo com efeitos positivos e outros nem tanto, como o policiamento ecochato.
O fortwo, de todo modo, atende ao mercado com algo que muitos procuram e não encontram: um veículo racional para andar pela cidade. Com dois lugares, 2,70 m de comprimento e 1,56 m de largura, ele pode ser estacionado em praticamente qualquer lugar, gasta pouquíssimo combustível (15 km/l na cidade e 24 km/l na estrada), emite poluentes na mesma proporção (116 g/km de CO2) e é seguro à beça. Até há concorrência à vista, como o triciclo Pompéo e outro, que a Sundown prepara, mas ainda leva tempo para eles chegarem ao mercado. E o pioneiro, se enfrenta o peso de vencer as resistências, também desfruta a vantagem de chegar primeiro.
Com quatro airbags, ABS, EBD, BAS e a célula de sobrevivência Tridion, o smart fortwo resiste a impactos com a mesma desenvoltura de modelos maiores. Completo, vem com todos os itens de conforto de um modelo de luxo: ar-condicionado, direção elétrica, toca-CD com MP3, vidros e travas elétricas etc. Também terá câmbio manual automatizado de cinco marchas, o que torna a condução na cidade mais cômoda e econômica, além de poder ser o pioneiro no Brasil entre os veículos híbridos e com sistema start-stop. Um veículo com tecnologia de ponta que, de início, pode fazer sentido apenas em uma cidade grande. Mas tomara que o conceito tenha apelo nacional. Futuramente, com um valor mais acessível.
Fonte: Mercedes-Benz