Com a crise norte-americana, tanto de capitais quanto de alta nos preços dos combustíveis, os olhos dos fabricantes nativos se voltaram a suas filiais européias, que produzem carros menores, mais eficientes e mais bonitos. Prova de que a salvação das norte-americanas deve estar no Velho Continente é o sintomático resultado de uma competição que a Ford promoveu para escolher o Ford Modelo T do século XXI. O projeto vencedor, vejam vocês, é alemão, do IKA (Instituto de Engenharia Automotiva, em alemão), da Universidade Aachen, na Alemanha.
A equipe, composta por oito estudantes e engenheiros, criou um modelo modular, mais fácil de desenvolver e de gerar variantes, como sedãs, peruas, hatches etc. O modelo apresentado é uma picapezinha para três passageiros, com o motorista no centro do carro. Além da posição de dirigir privilegiada, isso evita as despesas com a troca de mão para o lado direito ou esquerdo do carro. Isso também economiza peso, uma vez que só o banco do motorista dispõe de regulagem.
Essas especificações foram resultado das exigências da Ford, que queria um veículo simples, robusto, leve, econômico e, principalmente, barato. Se fosse fabricado, o Ford T alemão custaria US$ 6.780, abaixo, portanto, do limite que a Ford estabeleceu, de US$ 7.000.
Com motor a gasolina e apenas 800 kg, o novo Ford T também poderia ter propulsão híbrida ou totalmente elétrica. Neste último caso, seu preço dobraria, indo a cerca de US$ 14 mil.
Como concurso nenhum existe à toa, o novo Ford T pode ser o embrião do carro de baixo custo da Ford, uma corrida que começou com a Renault, que criou o Logan, e que culminou no Tata Nano. Como esse deve ser o segmento de mercado de maior crescimento no mundo todo, quem quiser sobreviver tem de oferecer produtos neste nicho e achar um meio de ganhar dinheiro com eles. A receita alemã pode ajudar a Ford nisso.
Fonte: Ford