O Progressive Automotive X Prize pretende ajudar o automóvel a seguir sua natural evolução: tornar-se uma máquina mais racional, energeticamente mais eficiente e, de preferência, não poluente. O prêmio, de US$ 10 milhões ao vencedor e de uma bolada em dinheiro para promover o carro, vem agitando o mundo da tecnologia automotiva. Em todos os cantos do mundo, inclusive por aqui. A bem da verdade, por aqui apenas uma empresa pretende concorrer no evento. É a Maxi-Eco, que desenvolveu um motor axial capaz de fazer 60 km/l de álcool. É isso mesmo: com cana. E o carro que vem servindo aos testes é esse aí embaixo, exclusividade do MotorDicas.
Essa réplica do Lotus Seven, ícone dos automóveis leves, eficientes e divertidos, tem sob seu capô o tal motor axial. O princípio de funcionamento deste propulsor é semelhante ao do motor Wankel, que é supereficiente em razão do uso de muito menos peças do que um motor convencional. Por uma questão de patente (pendente), o motor ainda não pode ser mostrado ao público. “Nosso projeto tem algumas características similares em relação ao modo de trabalho do motor Wankel, no que se trata no aproveitamento de energia, mas não em relação às caraterísticas físicas ou no modo de compreensão do combustível. O projeto em si ainda está sob sigilo de patente. Adianto que ele trabalha da mesma forma que todos os outros motores baseados em ciclo Otto”, disse ao MotorDicas André Martinho Salgado, CIO de Novos Negócios da Maxi-Eco.
Salgado está confiante na invenção da empresa. “Uma das principais características do concurso é que os carros deverão atingir a meta de 100 milhas por galão, aproximadamente 42 km/l, e iremos trabalhar na primeira etapa para alcançar esta meta. Estamos trabalhando com protótipos, mas acreditamos e provamos matematicamente que nosso motor poderá alcançar a casa do 60 km/l utilizando nosso álcool como combustível.” Tanto que o veículo, que seria híbrido, dispensou o motor elétrico. “Cancelamos o projeto do motor secundário a eletricidade em dezembro. Vamos apenas com o motor a combustão, pois o mesmo se mostrou muito mais eficiente e sem necessidades de baterias, que são ecologicamente incorretas”, disse Salgado.
A Maxi-Eco deve participar de todas as categorias, inclusive de uma nova, criada neste final de semana. “Na principal, temos de levar um carro com capacidade para cinco pessoas, com itens de conforto como ar-condicionado, ABS, som etc. Existe uma lista com mais de 60 itens obrigatórios. A alternativa é mais tranquila no que se diz respeito a pré-requisitos, podendo ser um veículo com no mínimo três rodas, dois lugares, não necessariamente ter itens de conforto etc. Estamos inscritos nas duas categorias. À primeira levaremos um carro de linha. Temos algumas opções a escolher, vamos analisar conforme alguns estudos de mercado os que mais tem afinidade com o público nos EUA e, claro, viabilidade de patrocínio. Já na alternativa temos um protótipo com dois lugares produzido no Brasil com tudo que é de melhor na parte mecânica. A ‘bolha’ que o envolve ainda está sendo desenvolvida e deverá ser testada em túneis de vento, resistência etc.”
O plano é que o novo motor use tanto gasolina quanto álcool. Como a prova será nos EUA, o projeto terá uma especificidade. “Para a competição, vamos ajustá-lo para trabalhar com o E85 (álcool na proporção de 85%), mas existe a possibilidade de ele funcionar como os motores atuais, como um moto flex (gasolina e etanol simultaneamente)”, disse Salgado.
Fonte: Maxi-Eco